A Antiguidade Oriental inclui as civilizações egípcia, mesopotâmica, hebraica, fenícia e persa. O Crescente Fértil é denominado o “Berço da Civilização”, posto que vários povos da antiguidade (cerca de 10.000 a.C.) se desenvolveram nessa região, daí sua grande importância na história da humanidade.
Mapa da região do Crescente Fértil
As civilizações que surgiram no Crescente Fértil desenvolveram a agricultura como sua principal atividade econômica. Porém, em virtude de algumas condições geográficas desfavoráveis à agricultura, alguns acabaram se voltando para o comércio marítimo, a exemplo dos Fenícios. Vale lembrar que essas civilizações do Crescente Fértil eram contemporâneas das Civilizações do Extremo Oriente, como Índia e China, o que levou os historiadores a classificar todas elas como pertencentes ao Modo de Produção Asiático.
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O Modo de Produção Asiático era caracterizado pelo forte controle exercido pelo Estado (governo) sobre todos os aspectos da sociedade. Esses governos eram geralmente teocráticos, o que levava a sociedade a acreditar que trabalhar para o governante era uma forma de servir aos deuses. Nessas sociedades, praticamente não se via mobilidade social. O trabalho era coletivo, exercido por servos e/ou escravos, mas a maior parte da produção era apropriada pelo grupo dominante, composto pelo governante (rei/faraó/patesi/patriarca), seus ministros, sacerdotes, militares e funcionários públicos.
CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA
Período Pré-dinástico
A Civilização Egípcia foi uma das mais brilhantes entre tantas da Antiguidade Oriental. Localizada no Nordeste da África, formou-se a partir da junção de pequenas comunidades neolíticas (Nomos) que evoluíram e se transformaram em reinos. Esses reinos também sofreram um processo de fusão, chegando a centralização política por volta de 3.200 a.C. Menés, rei do Alto Egito, unificou os dois reinos e tornou-se o primeiro faraó do Egito.
Período Dinástico
Antigo Império: Teve início com a unificação política realizada pelo Menés. Foi marcado por um longo período de paz e prosperidade, como atestam as pirâmides do Vale do Gizé. Porém, disputas internas e crises dinástica acabaram fragilizando o reino, que acabou sendo dominado por povos invasores.
Médio Império: Período marcado pelas constantes invasões estrangeiras e por grande fome. Tudo isso facilitou a fragmentação política e territorial, fortalecendo líderes políticos locais. Alguns desses povos invasores deixaram sua contribuição, a exemplo do Hicsos, que introduziram o cavalo e armas de ferro.
Novo Império: Ao assimilarem a cultura militar dos invasores, os egípcios acabaram se unindo para expulsar os invasores e retomar a centralização política. O poder voltou a ser centralizado e as obras e irrigação retomadas, reduzindo a fome e a miséria. Com um exército fortalecido, alguns faraós expandiram seus domínios sobre povos vizinhos. Era o apogeu dessa brilhante civilização. Ao final de um período de bonança, o Egito passa por uma nova onda de disputas internas pelo poder, o que facilita novas invasões estrangeiras. Assírios, Persas, Macedônios e Romanos dominaram e alteraram as características originais da Civilização Egípcia.
Religião
Os egípcios eram politeístas, tendo suas divindades representadas de várias formas (antropomórficas, zoomórficas e antropozoomórficas). Existiam deuses locais e deuses nacionais. Porém, durante o reinado de Amenófis IV (Novo Império) ocorreu uma reforma religiosa, com a adoção do monoteísmo (Áton).
O povo egípcio acreditava na imortalidade da alma, por isso, seus mortos eram mumificados e dispostos em túmulos, com vestimentas, objetos pessoais e alimentos. Para servir-lhes de guia na viagem além-túmulo, colocava-se a seu lado o Livro dos Mortos, que continha ensinamentos relativos à viagem à terra dos mortos.
Arquitetura e escultura
Os egípcios construíram Templos, Pirâmides, Mastabas e os Hipogeus, túmulos subterrâneos cavados nas barrancas do Nilo, além de canais e represas. A escultura também era predominante religiosa e atingiu o auge com os sarcófagos, de pedra ou madeira. A pintura tinha função decorativa e retratava cenas do dia-a-dia, o que permite reconstituir o gênero de vida dos egípcios.
Os estudos de matemática e geometria tinham finalidade prática: a construção civil. Os egípcios conheciam a raiz quadrada e as frações e chegaram a calcular a área do círculo e a do trapézio.
A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo e com a natureza estimulou-os a estudar astronomia. Localizaram alguns planetas e constelações. Construíram um relógio de água e organizaram um calendário solar. Dividiram o dia em 24 horas e a hora em minutos e segundos. O ano, de 365 dias, dividia-se em estações agrárias: cheia, inverno e verão. Na medicina, os egípcios realizaram progressos razoáveis. Os médicos faziam operações até no crânio. Conheciam a circulação do sangue e as infecções dos olhos e dentes.
CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA
A Mesopotâmia correspondia às terras banhadas pelos rios Tigre e Eufrates. Por ser uma região de transição entre os continentes Africano e Asiático, suas terras foram habitadas por diversas tribos nômades e seminômades. Os registros históricos atestam a presença de Sumérios, Acádios, Amoritas, Assírios e Caldeus.
Sumérios: foram os primeiros habitantes, vivam em cidades-estados e criaram a escrita cuneiforme.
Acádios: Povo guerreiro que habitava a Média Mesopotâmia, dominaram os sumerianos e unificaram as cidades sob um só governante.
Amoritas ou Antigos babilônios: chegaram na Mesopotâmia quando os acádios estavam decadentes, dominaram a região e ergueram a cidade da Babilônia como capital. Seu mais importante governante foi Hamurabi, que transformou leis orais (Talião) no primeiro código de leis escritas que se conhece. Esse código era baseado no princípio do “olho por olho, dente por dente”.
Assírios: Habitavam a região montanhosa da Alta Mesopotâmia, onde a agricultura era quase impraticável. Por isso, os Assírios acabaram se dedicando à guerra, criando o primeiro exército organizado do mundo. Diante disso, não é difícil compreender porque esse povo acabou dominando toda a Mesopotâmia, Egito, Síria e Palestina.
Caldeus: Originários da Arábia, os Caldeus se uniram aos Persas para expulsar os Assírios da Mesopotâmia. No reinado de Nabucodonosor, os Caldeus dominaram o Reino de Judá (Hebreus) e levaram milhares de judeus para a Babilônia (Cativeiro da Babilônia). Nessa mesma época, o imperador mandou construir os Jardins Suspenso da Babilônia. Anos depois, toda a Mesopotâmia acabou dominada pelos Persas e assim permaneceu até cair nas mãos de Alexandre Magno da Macedônia.
Torre de Babel
O legado cultural
Os mesopotâmicos são lembrados pelo Código de Hamurabi e pela contribuição em áreas como Astronomia, Astrologia, além da influência que exerceram sobre os hebreus, povo criado da Religião Judaica e que serviu de base para o Cristianismo.