VIVENDO DURANTE O SEGUNDO REINADO

professor

Hey, vestibulando(a), vamos conhecer um pouco mais sobre a História do Brasil durante o século dezenove? Eu garanto que a viagem será muito interessante, pois abordaremos aspectos da sociedade brasileira durante o Segundo Reinado. Preparado(a)? Então vamos lá!!

Bem, meus amigos e minhas amigas, antes de começarmos a falar sobre o Segundo Reinado e seus aspectos sociais, vale lembrar que, desde nossa Independência em 7 de setembro de 1822, o país já tinha vivido o Primeiro Reinado, entre 1822 e 1831, além do agitado Período Regencial, entre 1831 e 1840.

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Vimos que, em 1840, através de uma manobra política, o jovem Dom Pedro II se torna imperador aos quinze anos de idade. Do “Grito do Ipiranga” até o “Golpe da Maioridade” pouco coisa mudou na sociedade brasileira. O rico continuava rico e se dedicando ao agronegócio de exportação, o cidadão pobre continuava na mesma e os escravos continuavam submetidos às duras condições.

No entanto, na segunda metade do século dezenove, algumas brisas anunciavam esperanças de mudanças. Pressionado por forças externas e internas, o governo monárquico começava a acenar com a possibilidade de abolir a tão famigerada escravidão.

No ano de 1844, o Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, elevou as tarifas sobre produtos importados, deixando descontente o governo inglês, pois seus produtos entravam no Brasil desde 1810, pagando apenas 15% de impostos. Em resposta ao governo brasileiro, os britânicos aprovaram o “Bill Aberdeen”, autorizando sua poderosa marinha a aprisionar navios negreiros. Tal medida provocou alvoroço no Brasil.

O que aconteceria com a economia nacional sem a mão de obra escrava? Como sobreviveria o setor cafeeiro em plena expansão? Os debates eram bastante acalorados. Entretanto, mesmo diante de muita resistência por parte daqueles que necessitavam do braço escravo, o governo brasileiro elaborou e o Congresso Nacional (na época chamado de Câmara Geral) aprovou a Lei Eusébio de Queiroz.

O Brasil cedia às pressões externas e o governo brasileiro começava a perder o apoio de importantes setores da sociedade civil. Se não era mais possível trazer escravos da África para cá, então a saída foi comprar escravos em outras províncias. A região Nordeste, em franca decadência econômica, passou a ser a grande fornecedora de escravos para a região Sudeste, que vivia a expansão das lavouras do café para o Oeste de São Paulo.

Naturalmente, o preço do cativo triplicou, tornando sua aquisição até inviável para muitos fazendeiros. Foi neste contexto que o fazendeiro e político paulista, Nicolau de Campos Vergueiro, teve a ideia de trazer imigrantes italianos para trabalhar na produção de café. Era o início de uma nova era para a sociedade brasileira. A chegada dos imigrantes europeus mostrava uma alternativa ao trabalho escravo. O Brasil poderia abolir a escravidão e a economia cafeeira não sofreria quedas. O difícil era convencer os velhos barões do café a aceitar e se adaptar ao novo trabalhador. Tal comportamento nos faz compreender melhor o porquê de muitas revoltas de imigrantes, quando estes percebiam que estavam sendo tratados quase como escravos.

Milhares de europeus abandonaram suas pátrias e se arriscavam em terras tão distantes com esperança de dias melhores. É verdade que o velho mundo europeu também não vivia um período fácil, mas nem por isso essas pessoas estavam dispostas a submeter a condições de trabalho análogo à escravidão.

A eclosão da Guerra do Paraguai, em 1864, desviou as atenções da questão abolicionista. Porém, tivemos uma importante participação de escravos nesse conflito como “voluntários da pátria”, muitas vezes substituindo seus donos, que deveriam ir ou mandar seus filhos à guerra. Para muitos desses “voluntários”, não fazia muita diferença entre morrer trabalhando num cafezal ou num campo de batalha no Paraguai. Se retornasse vivo poderia ganhar sua alforria. Como se diz, “a esperança é a última que morre”.

O conflitou durou seis longos anos e o Brasil se consagrou como nação vitoriosa e hegemônica da América do Sul. Assim que voltaram da guerra, os militares, assim como os “voluntários da pátria”, constataram que pouco adiantou tanto esforço, tanto sangue derramado na Bacia Platina. O governo não reconheceu do devido valor dos “homens de farda”, nem todos os soldados negros foram libertados, como prometido. E mesmo aqueles que foram alforriados, perceberam que seus parentes e amigos continuariam sendo tratados como seres inferiores, submetidos a ferro e fogo.

Em 1870 e 1871, os debates sobre o abolicionismo voltaram com força total. Além da Inglaterra, que exigia do governo medidas mais sérias para extinguir o trabalho servil, vários setores da sociedade civil se mobilizam pela causa. Jornais, revistas, associações de senhores e senhoras, bem como escritores se manifestam e organizam comícios por todo o país. O governo teria que demonstrar alguma ação no sentido de acelerar a abolição.

Ainda em 1871, veio a resposta, embora não tenha sido das melhores. O Congresso aprovou a Lei do Ventre Livre, tornando livre todo filho de escravo nascido a partir dessa data. Claro que os efeitos práticos foram muito simplórios, até mesmo porque ninguém sairia pelas fazendas recolhendo as crianças recém-nascidas.

Já em 1885, foi aprovada outra lei que também não teve muito efeito positivo. Foi a Lei dos Sexagenários, que tornava livre o escravo que atingisse os sessenta anos de idade. Como vocês podem imaginar, não era nada fácil um ser humano chegar a tal idade, sendo açoitado diariamente e trabalhando no que havia de mais pesado. Mas, diante da escravidão, qualquer aceno abolicionista era bem-vindo. Vale destacar que algumas províncias brasileiras, a exemplo do Ceará, aboliram a escravidão antes do governo central.

Finalmente, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a extinção da escravidão através da Lei Áurea. Foi um grande passo no sentido da modernização da nação brasileira, mas com um preço político bastante elevado para a família real, que perdeu o apoio do último grupo de fazendeiros que ainda mantinham a monarquia de pé. Em novembro do ano seguinte, o velho Dom Pedro II seria deposto por um golpe civil-militar, em nome da “ordem e do progresso”, que até hoje o povo brasileiro espera.

Enquanto tudo isso acontecia, o Brasil assistia algumas transformações, como o crescimento das cidades, a chegada da iluminação, das redes ferroviárias, dos cinematógrafos, dos bondes urbanos e do surgimento das primeiras fábricas e dos primeiros operários. Paralelamente ocorriam os movimentos políticos e militares em prol da República que se aproxima a passos largos, criando expectativas de dias melhores.

Desde 1870, quando foi criado o Partido Republicano na capital federal, reunindo políticos de várias províncias, o movimento republicano ganhou as ruas através de jornais, revistas e dos debates nas esquinas, cafés e confeitarias. Os civis tinham uma certeza, sem o apoio dos militares, não haveria a queda da monarquia. Do mesmo jeito, os militares tinham consciência que sem a presença dos representantes das elites agrárias a monarquia não cairia.

Esses dois setores foram se aproximando e planejando a tomada do poder. No entanto, assim como o movimento abolicionista, o republicanismo também não foi muito rápido. Muitos setores da sociedade mais conservadora temiam pelo poderia ocorrer no país depois que derrubassem o velho monarca.

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Alguém aí já percebeu quantas vezes nos referimos a Dom Pedro II como um velho? Pois é, meus/minhas caros/caras leitores/leitoras, aquele rapazinho que um dia assumiu o trono com quinze anos agora era um velho senhor de sessenta e quatro anos. Isso mesmo, nosso Imperador eram um grisalho senhor de brabas muito alvas, condizentes com o azul quase transparente de seus olhos.

No dia 15 de novembro de 1889, aconteceu aquilo que muita gente já esperava. A monarquia caiu sem que houvesse resistência. Militares e civis realizaram um ato político que mudaria a História do Brasil, sem a participação do povo que “assistiu bestializado”, sem saber nem mesmo o que era uma república. E aí, curtiu essa parte da nossa História? Então se prepare, pois logo, logo estaremos viajando pela República Velha. Até lá!!

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