Oii, gente!! Estudaram a primeira parte de Tecidos Conjuntivos? Hoje vamos prosseguir com a parte 2.
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Começaremos com Sangue a Linfa, que são dois tipos particulares de tecidos conjuntivos, em que a matriz é líquida, tem funções de transporte de substâncias e defesa imunológica do organismo. Como vimos anteriormente são formados a partir do T. C. hematopoiético, linfoide ou mieloide.
O sangue é formado basicamente por dois componentes:
O plasma (fase líquida), que constitui cerca de 5% do sangue, e os elementos figurados (fase sólida), que formam os outros 42% a 47%.
No plasma, encontramos cerca de 90% de água, 7% de proteínas variadas, 0,9% de sais inorgânicos e diversos compostos orgânicos (aminoácidos, lipídeos, vitaminas, etc)
Os elementos figurados são basicamente de três tipos: os eritrócitos (ou hemácias, ou glóbulos vermelhos), os leucócitos (ou glóbulos brancos) e as plaquetas.
As hemácias são mais numerosas (cerca de 5.000.000 / mm3), são anucleadas, contêm hemoglobina e são responsáveis pelo transporte de gases (O2 e CO2).
Os leucócitos são encontrados em menor número (cerca de 8.000/mm3), apresentam núcleo e atuam nos processos de defesa do organismo. Como vimos na figura, existem vários tipos de leucócitos, cada um com características e modo de ação diferentes:
Granulócitos
- Neutrófilo: São os mais numerosos (cerca de 60% do total), fagocitam elementos estranhos ao organismo. Apresentam muitos grânulos no citoplasma contendo enzimas digestuais.
- Acidófilo (ou eosinófilo): Correspondem a cerca de 3% do total. Fagocitam alguns elementos estranhos e atuam nos processos alérgicos.
- Basófilo: São os menos frequentes (cerca de 0,5%). Possuem grânulos ricos em heparina (um anticoagulante) e histamina (um vasodilatador). Atuam nas alergias e inflamações. Pela vasodilatação facilitam a saída dos vasos dos neutrófilos e deles próprios, que se transformam em mastócitos nos tecidos adjacentes, para realizar fagocitose.
Agranulócitos
- Linfócito: Correspondem a cerca de 25% do total. Existem dois tipos: os linfócitos T e os linfócitos B. Os primeiros são produzidos na medula óssea e completam sua maturação no timo e atuam fagocitando e/ou estimulando a fagocitose de células invasoras.
Os segundos são produzidos no baço e passam diretamente para os vasos sanguíneos (nas aves terminam o amadurecimento em um órgão chamado Bolsa de Fabrício). Transformam-se em plasmócitos e produzem anticorpos.
- Monócito: Constituem cerca de 7% dos leucócitos. Podem sair dos capilares, transformando-se em macrófagos e fagocitando microrganismos e células mortas.
As plaquetas são pedaços anucleados de grandes células chamadas megacariócitos. São encontradas cerca de 250.000/mm3 de sangue. Possuem fatores importantes para o processo de coagulação do sangue.
A linfa também é formada pelo plasma e elementos figurados, que são apenas os linfócitos e alguns leucócitos granulócitos.
O SISTEMA IMUNE
Todos os vertebrados possuem um sistema imune elaborado, enquanto os invertebrados possuem um sistema de defesa bastante primitivo, frequentemente, baseado apenas em células com capacidade de fagocitose.
Nos vertebrados, as células denominadas “fagocitárias profissionais” estão representadas pelos leucócitos granulócitos (do tipo neutrófilos) e pelos macrófagos. Além dessas, existem também os monócitos, que são leucócitos agranulócitos.
Os neutrófilos granulócitos e os monócitos são células encontradas no sangue, enquanto os macrófagos são células encontradas em outros tipos de tecido conjuntivo, que têm ampla distribuição no corpo.
Essas células com capacidade de fagocitose desempenham importante papel no sistema de defesa dos vertebrados contra infecções. A qualquer lesão que o corpo sofra, seja ela infecção ou um simples corte no dedo, as células fagocitárias são ativadas.
Os neutrófilos chegam em grande número ao local e fagocitam os elementos estranhos ao corpo do indivíduo. Muitas dessas células fagocitárias morrem juntamente com o elemento fagocitado, formando o pus que surge nas feridas.
Os macrófagos invadem essa região lesada e fagocitam os elementos estranhos ao corpo que estejam ainda em atividade ou que já deixaram de atuar, além dos neutrófilos que morreram na função de fagocitose.
O inchaço que surge no local é em parte devido à grande quantidade de macrófagos na região.
As células fagocitárias dos vertebrados, no entanto, são apenas parte de uma estratégia de defesa muito mais complexa, que envolve outras células, formando um complexo sistema imune.
Durante a década de 60, foram descobertas duas principais classes de respostas imunes, mediadas por dois tipos diferentes de linfócitos (um dos tipos de glóbulos brancos do sangue):
- A imunidade humoral, mediada por linfócitos B (esse linfócito recebeu esse nome “B” por ter sido descoberto na Bursa de Fabricius, uma projeção saculiforme da porção terminal da cloaca de aves. Os mamíferos não possuem essa estrutura. Neles, os linfócitos B são produzidos no baço, amígdalas e nódulos linfáticos).
- A imunidade celular, mediada por linfócitos T (esses linfócitos são chamados de “T” pois são produzidos no Timo).
A imunidade humoral (o termo humor refere-se a fluidos corporais, no caso o sangue) envolve a produção de anticorpos pelos linfócitos B. Esses anticorpos são lançados na corrente sanguínea, unindo-se aos antígenos que induziram sua produção.
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A união antígeno – anticorpo torna mais fácil às células fagocitárias ingerirem os antígenos.
A imunidade celular envolve a atuação direta dos linfócitos T no combate aos antígenos. Esses linfócitos não produzem anticorpos, mas possuem na membrana plasmática proteínas que atuam como anticorpos e que são denominadas proteínas receptoras de antígeno.
Elas não reagem com antígenos solúveis, apenas com antígenos presentes nas membranas celulares de outras células ou na capa proteica dos vírus, e nunca se dissociam da membrana do linfócito. A resposta imune, nesse caso, é célula a célula ou linfócito T a vírus.
Existem três tipos de linfócitos T:
- linfócitos T citotóxicos: reconhecem e destroem células que possuem na membrana plasmática moléculas estranhas ao corpo do indivíduo. Essas moléculas podem ser, por exemplo, a cápsula proteica de um vírus. Por sua ação, os linfócitos T são também chamados de “linfócitos assassinos” ou killer, em inglês. São esses linfócitos os principais responsáveis pela rejeição de órgãos transplantados.
- linfócitos T auxiliares: reconhecem um antígeno e estimulam os linfócitos B a produzirem anticorpos. São esses os linfócitos atacados pelo vírus da AIDS. Com isso, ficam prejudicados o reconhecimento de antígenos e a subsequente estimulação dos linfócitos B para a produção de anticorpos.
O indivíduo torna-se vulnerável a várias doenças que caracterizam a AIDS, vindo a morrer.
- linfócitos T supressores: inibem a produção de anticorpos pelos linfócitos B, quando esses anticorpos já estão em concentração adequada ou já não são mais necessários.
III – Tecido Conjuntivo Adiposo
Ocorre em grande quantidade na região subcutânea e ao redor de alguns órgãos, como rins e coração, com a função de proteção contra choques mecânicos, isolamento térmico e reserva energética.
Nesse tecido predominam células adiposas e a substância intercelular é reduzida. Ao seu redor, existe T. C. frouxo, onde se localizam os vasos sanguíneos que fazem a sua nutrição.
IV- Tecido Conjuntivo Cartilaginoso
É um tecido rígido, que possui, além de fibras colágenas e elásticas, uma substância intercelular rica em proteínas.
Essas substâncias dão à cartilagem uma consistência firme e flexível, tornando-a capaz de sustentar diversas partes do corpo e permitindo, ao mesmo tempo, certa flexibilidade de movimento.
Por isto, a cartilagem é um dos principais tecidos de sustentação do corpo, além de revestir superfícies articulares e atuar como elemento de amortecimento de choques mecânicos.
A cartilagem é formada a partir de células mesenquimais que originam as células cartilaginosas jovens, os condroblastos. Estas células fabricam a matriz, crescem e se transformam em células adultas, os condrócitos.
Não existem vasos sanguíneos e linfáticos, nem nervos nas cartilagens, sendo nutridas pelo pericôndrio, tecido conjuntivo denso não-modelado que envolve a cartilagem e proporciona o seu crescimento, já que possui células que podem gerar condroblastos.
De acordo com o tipo e a quantidade de fibras encontradas na cartilagem, podemos classificá-la em três tipos:
- Cartilagem Hialina: Apresenta matriz homogênea e quantidade moderada de fibras colágenas. É o tipo mais comum no corpo humano, encontrado no septo nasal, na traqueia, na laringe, nas superfícies articulares dos ossos e na ligação das costelas ao osso esterno. No feto, o esqueleto inteiro é formado deste tipo de cartilagem, que posteriormente é substituída por tecido ósseo.
- Cartilagem Elástica: Além das fibras colágenas, apresenta grande quantidade de fibras elásticas, que a torna mais resistente à tensão. Está presente na epiglote, no pavilhão auditivo e na trompa de Eustáquio.
- Cartilagem Fibrosa: É um tecido rico em fibras colágenas. Ocorre nos discos intervertebrais e em pontos onde os tendões e ligamentos fixam-se aos ossos.
V – Tecido Conjuntivo Ósseo
É um tecido mais rígido que a cartilagem, que forma o esqueleto da maior parte dos vertebrados. Além de sustentação, serve também como apoio para os músculos, propiciando o movimento e como proteção de alguns órgãos, como o sistema nervoso e pulmões.
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O osso é bem mais duro que a cartilagem porque sua matriz é composta não só de substâncias orgânicas (35%), mas também de inorgânicas (65%), como o fosfato de cálcio, o fosfato de magnésio e carbonato de cálcio (sendo o primeiro o mais abundante).
As células ósseas podem ser de três tipos: osteoblastos, osteócitos e osteoblastos, embora possam ser consideradas apenas três diferentes formas do mesmo tipo de célula, já que pode haver transformação de um tipo celular em outro.
Os osteoblastos são células jovens, ramificadas, responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz, parecendo também exercer influência sobre a assimilação de minerais.
Em ossos já formados, elas ocorrem na periferia, sendo que durante e formação dos ossos, à medida que ocorre a calcificação da matriz, os osteoblastos acabam ficando em lacunas, os osteoplastos diminuem sua atividade metabólica e passam a osteócitos, que são células que são células adultas.
Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos osteoblastos, formam-se os canalículos, que permitem a comunicação entre os osteócitos e os vasos sanguíneos que os alimentam. Os osteócitos atuam na manutenção dos níveis normais dos constituintes inorgânicos da matriz.
Os osteoclastos são células grandes, multinucleadas, relacionadas com a reabsorção da matriz e com processos de regeneração do tecido ósseo após fraturas.
O tecido ósseo pode ser basicamente de dois tipos:
- Esponjoso (reticulado): Apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido.
- Compacto (denso): Praticamente não apresenta espaços medulares, exceto os canalículos que unem os osteócitos e os canais de Havers e canais de Volkmann.
Os canais de Havers são canais que percorrem o osso longitudinalmente, por onde passam os vasos sanguíneos e nervos do osso.
Os canais de Volkmann são similares, porém, transversais ao eixo maior do osso. Os osteócitos se dispõem concentricamente aos canais de Havers, formando os sistemas de Havers.
A formação de um osso pode se dar de duas maneiras:
- Ossificação Intramembranosa: Ocorre a partir de uma membrana de tecido conjuntivo embrionário, onde surgem centros de ossificação, caracterizados pela conversão de células mesenquimáticas em osteoblastos, que produzem a matriz. Estes centros vão aumentando, tendo início a deposição de sais orgânicos. Origina os ossos chatos do corpo, como os ossos do crânio.
- Ossificação Endocondral: Ocorre a partir da substituição de uma base cartilaginosa por tecido ósseo.
Os congrócitos produzem uma enzima, a fosfatase alcalina, que propicia a deposição de fosfato de cálcio na matriz cartilaginosa, tornando-a dura e impermeável. Com isso, os condrócitos morrem.
Sobre estas “ruínas” de cartilagem endurecida é que se dá a ossificação, pela ação dos osteoclastos, que removem a matriz antiga e de osteoblastos que se formam a partir do periósteo (antigo pericôndrio do tecido cartilaginoso). Forma a maior parte dos ossos.
QUESTÕES ENEM
1. (ENEM) O diclorodifeniltricloroetano (DDT) é o mais conhecido dentre os inseticidas do grupo dos organoclorados, tendo sido largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos vetores da malária e do tifo. Trata-se de um inseticida barato e altamente eficiente em curto prazo, mas, em longo prazo, tem efeitos prejudiciais à saúde humana. O DDT apresenta toxicidade e característica lipossolúvel.
DAMATO, C; TORRES, J. P. M.; MALM, O. DDT (diclorodifeniltricloroetano): toxicidade e contaminação ambiental – uma revisão, Química, n. 6, 2002 (adaptado).
Nos animais, esse composto acumula-se, preferencialmente, no tecido
a) ósseo.
b) adiposo.
c) nervoso.
d) epitelial.
e) muscular.
2. (ENEM) A água é um dos componentes mais importantes das células. A tabela a seguir mostra como a quantidade de água varia em seres humanos, dependendo do tipo de célula. Em média, a água corresponde a 70% da composição química de um indivíduo normal.
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de tecido para análise em um laboratório. Enquanto intacta, essa amostra pesava 200 mg. Após secagem em estufa, quando se retirou toda a água do tecido, a amostra passou a pesar 80 mg. Baseado na tabela, pode-se afirmar que essa é uma amostra de
a) tecido nervoso – substância cinzenta.
b) tecido nervoso – substância branca.
c) hemácias.
d) tecido conjuntivo.
e) tecido adiposo.
RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES ENEM:
Resolução da questão 1: B
Sendo lipossolúvel, o DDT acumula-se, preferencialmente, no tecido adiposo dos animais.
Resolução da questão 2: D
Após a secagem, a amostra de tecido passou de 200 mg para 80 mg, revelando que o teor hídrico do tecido analisado era de 120 mg. Percebe-se que 120 mg correspondem a 60% de água. Logo, a amostra é de tecido conjuntivo.
Depois me contem quantas questões vocês acertaram.
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Beijos,
Flávia