Fala, galera! Eu sei, já estava com saudades, né? Pode confessar, você está curtindo demais essas viagens filosóficas!
Bem, como era de se esperar, estou passando aqui para te convidar a enveredar pelo universo incrivelmente atraente da política. Gostou, né? Então vamos nessa!
Não sei se você sabe, mas a palavra política surgiu na antiguidade e foi objeto de estudo de dois dos maiores filósofos do período, Platão e Aristóteles.
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A palavra política vem do grego “politike” e significa a arte ou a ciência da cidade. A política foi ganhando concepções diferentes desde o seu surgimento na antiguidade. Durante o período clássico, o filósofo Platão defendeu a sofocracia (governo dos sábios). Aristóteles, outro pensador clássico, afirmou que “o homem é um animal político”. Entretanto, para ele, apesar de o objetivo da política ser o de promover o bem comum, ela poderia ser degenerada e, assim, assumir formas deturpadas e, com isso, desviar-se do seu propósito essencial.
Gostaram de conhecer a visão grega acerca da política? Que tal continuarmos nossa travessia assaz? Vamos conhecer um pouco da história política ao longo do período medieval?
Ao longo da Idade Média e em parte da Idade Moderna, surgem teóricos que passam a defender o direito divino do rei governar. O filósofo francês Jean Bodin, por exemplo, escreveu que os reis seriam “imagem de Deus na Terra”.
Ao longo da Idade Moderna foram surgindo novas concepções políticas, nesse novo cenário destacaram-se: Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau e o Barão de Montesquieu.
Galera, Nicolau Maquiavel é considerado pai da política moderna, mas antes de falarmos sobre isso, a pergunta que não quer calar, quem foi Maquiavel?
Maquiavel nasceu em Florença no ano de 1469. Ele é considerado o pai da política moderna pela forma inovadora de abordar o fato político.
Maquiavel viveu em uma Península Itálica fragmentada e, por isso, sofria constantes invasões de povos estrangeiros.
Ele desempenhou funções diplomáticas durante o governo de Girolamo Savonalora, um republicano. Savonalora era um cristão idealista e fervoroso, além disso, era favorável ao desenvolvimento de um governo pacífico e democrático. Por isso, para Maquiavel, este governo estaria fadado ao fracasso, pois o ser humano é egoísta, covarde, simulador, volúvel e ambicioso. Dessa forma, um bom governante deveria buscar ser temido pelos seus súditos, mais do que buscar por uma justiça ideal.
Exatamente por isso, ele abandonou a ética cristã quando o assunto é política. Sendo assim, a ideia mais radical e característica de Maquiavel foi sua rejeição da virtude cristã como uma boa diretriz a ser seguida pelos líderes políticos (secularização da política). Dessa maneira, para ele, existia uma diferença primordial entre “o que se vivia” e “como se dizia que se deveria viver”, ou seja, a ação do príncipe deveria levar em consideração apenas aspectos políticos.
Bem, agora que conhecemos Maquiavel, que tal nos aventurarmos pela Inglaterra?
Aqui, vamos conhecer o Thomas Hobbes, ele nasceu na Inglaterra em 1588 e era um monarquista convicto. Isso ficou evidente quando ele, em tempos tumultuados, escreveu “Os elementos da lei natural e política”. Nessa obra, ele defendia a monarquia e, consequentemente, o rei Carlos I. A coisa ficou feia para ele durante a Guerra Civil Inglesa, pois por ser um monarquista, Hobbes exilou-se na França e, lá, ele escreveu seu livro mais famoso, “Leviatã”.
Galera, esse filósofo achava que o ser humano tem uma natureza bizarra. Segundo Hobbes, o estado natural do homem seria um estado de “guerra de todos contra todos”, ou seja, como os indivíduos no estado natural estaria sem governo, sem leis, eles acabariam destruindo uns aos outros, esta perspectiva hobbesiana foi sintetizada na frase “Homo homini lupus” (o homem é o lobo do homem).
Sendo assim, galerinha, segundo ele, por causa do medo, os indivíduos resolveram organizar o Estado (sociedade), chamado por ele, de contratualismo. Para ele, essa era a única maneira para estabelecer a paz social, ou seja, por meio da reunião dos humanos para criar um contrato social, isto é, o medo, a violência, a necessidade natural de segurança e tranquilidade teriam levado os homens a renunciar aos direitos naturais. Sendo assim, através deste contrato, os indivíduos concordariam em submeter-se ao rei (Leviatã).
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Pessoal, ainda na Inglaterra, vamos bater um papo sobre outro filósofo, John Locke!
Locke nasceu em 1632, na Inglaterra, em uma família puritana. Sua amizade com lorde Ashley rendeu-lhe bons frutos, pois foi convidado para redigir a constituição das Carolinas, no Novo Mundo (América).
Locke defendia como melhor sistema de governo a Monarquia Parlamentarista, por isso, acabou se envolvendo em uma conspiração para depor o rei Carlos II. O fracasso da operação o levou a buscar asilo na Holanda. Lá, ele escreveu sou principal livro, “Ensaio sobre o entendimento humano”.
Irado esse Locke, né? Tentou depor o rei!
Assim como Hobbes, Locke também tinha uma visão acerca do homem no estado natural. Segundo Locke, os homens abandonam o estado de natureza porque não se sentem protegidos, pois estão sempre sujeitos ao ataque de um poder maior. Na tentativa de preservar sua liberdade e propriedade natural, os homens se juntam em sociedade e elaboram um contrato social, que contém as regras para viverem juntos, com legislação e jurisdição previstas para apenas um corpo político. Destarte, entende-se que o único propósito do governo seria apoiar e promover o bem-estar de todos ao resguardar os direitos naturais dos indivíduos.
Locke foi um teórico revolucionário mesmo, pois veja o que ele falava sobre o Estado: O governo tem a capacidade de proteger os direitos de modo mais eficiente do que uma pessoa sozinha. Porém, caso o governo não promova o bem-estar de todos, ele deve ser substituído, direito de rebelião, e é uma obrigação moral da comunidade se revoltar.
Bem, galera, vamos ter que zarpar para outros lugares, nossa próxima parada será na Suíça, pois lá nasceu o teórico político conhecido pela alcunha de Rousseau.
Jean-Jacques Rousseau nasceu em 1712, na Suíça, foi um dos mais importantes pensadores franceses do séc. XVIII no campo da política, da moral, da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa. Durante a Revolução Francesa, o governo revolucionário, ordenou que as cinzas de Rousseau fossem depositadas no Panteão de Paris e que ele fosse lembrado como herói nacional. Que carinha mais importante este, né?
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é a concepção de natureza humana representada pela famosa ideia segundo a qual “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe”, em que se acrescentaria a ideia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”. Porém, não é toda e qualquer sociedade que Rousseau condena, mas sim aquela que acorrenta e aprisiona o homem, chegando a adotar como modelo de sociedade justa e virtuosa Roma republicana.
Para Rousseau, a única forma legitima de autoridade política é aquela em que todas as pessoas tenham concordado em torno de um governo com o objetivo da preservação mútua através de um contrato social. Dessa forma, para ele, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade, sendo o fundamento dessa soberania a vontade geral.
Em suma, Rousseau era um defensor da democracia!
Agora que conhecemos Rousseau, que tal embarcarmos ruma à França? Lá encontraremos um nobre filósofo, o Montesquieu.
Charles-Louis de Secondat, o barão de La Brède e Montesquieu, nasceu em 1689, em Bordeaux, na França. Pertencente à nobreza de Toga (comprou seu título). Apesar de suas origens aristocráticas, Montesquieu foi constantemente citado na Revolução Francesa, apontado por Marat como o “homem do século”. Sua principal obra, O Espírito das Leis, é considerada um clássico da ciência política.
Montesquieu formulou a separação e distinção entre os poderes Executivo (declara paz ou guerra, envia embaixadores e estabelece segurança), Legislativo (que produz, corrige e revoga leis) e Judiciário (pune crimes e julga querelas), os quais deveriam se autorregular.
Em suas palavras, “todo homem que tem o poder é tentado a abusar dele”, de maneira que “é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder”, evitando, assim, o despotismo.
Bem, galerinha, espero que tenha curtido bastante nossa viagem, fico por aqui e aguardo vocês para nossa próxima aventura.
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