Olá, vestibulande! No blog de hoje, abordaremos a escola literária chamada Realismo. Essa escola é famosa por seus escritores que dizem a verdade nua e crua, doa a quem doer! haha Então, vamos de contexto histórico primeiro?
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Contexto histórico
Mas, então, como surgiu o realismo? Surgiu na segunda metade do século XIX, na Europa. Define-se por uma série de transformações econômicas, científicas e ideológicas que possibilitaram o surgimento dessa estética antirromântica.
Esse período também é marcado pelo positivismo de Augusto Comte, em que a sociedade passa a ser entendida em sua existência concreta, “positiva”; pela teoria da evolução das espécies de Darwin; além do socialismo de Marx.
Enfim, o Realismo nasceu a partir de borbulhar na Europa, era um frenesi só. Pois é, queride, você já notou que há muito babado para pouca roupa hihi.
Realismo na Europa
Você deve estar pensado: “Sim, eu já entendi qual era o contexto histórico, mas e não literatura, quando surgiu o Realismo?”. Sem mais delongas, o marco inicial do Realismo foi em 1850, na França, com Madame Bovary de Gustave Flaubert.
No romance de Flaubert, a romântica Ema Bovary é colocada em contato com a realidade, em que se reflete sobre a impossibilidade da concretização das fantasias sentimentais.
E ao destroçar estes sonhos, o sonhos da senhora Bovary, o autor caracteriza a impotência e a alienação romântica diante dos princípios da realidade, embora, para Flaubert, a realidade fosse uma coisa grosseira e pouco gratificante.
Principais características
Dentre as principais características do Realismo estão:
– Objetividade e impessoalidade (os realista fogem às exibições dos românticos);
– Racionalismo (análise psicológica e tipificação social);
– Verossimilhança (a ideia do escritor deve ser fiel à real);
– Contemporaneidade (os realistas escreviam apenas sobre fatos, situações e personagens relacionados com a vida presente);
– Pessimismo (a maioria dos artista assumiria posições amarguradas e niilistas);
– Perfeição formal (decorre do longo processo de síntese, de cortes, de eliminação do supérfluo, de despojamento do acessório, de busca da palavra exata.
Realismo no Brasil
Já no Brasil, o Realismo teve a sua primeira manifestação importante em 1881 com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, embora as particularidades de procedimento narrativo e visão de mundo caracterizem o autor de Dom Casmurro num realismo à parte.
Machado de Assis
Primeira Fase
Esse é simplesmente o cara da literatura brasileira. A primeira fase dele é composta por quatro romances: Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1879). São relatos ainda comprometidos com o idealismo romântico. Poderíamos destacar como principais “defeitos” desses livros:
– O conformismo do autor com os preconceitos e falsos valores da sociedade imperial: Machado cria uma literatura que justifica a maneira de viver das elites, aceitando e dando como eternas as conveniências, os interesses e as hipocrisias.
– Esquematismo psicológico: Desde Ressurreição, Machado se quer romancista de análise, quer traçar o contraste de caracteres psicológicos. Mas suas figuras, geralmente, carecem de complexidade, são lineares: x é o herói, y é o orgulhoso, z é a ingênua, e assim por diante, numa simplificação sem alma humana.
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– Linguagem carregada de lugares-comuns: Há bons momentos estilísticos no Machado da 1ª fase, porém, em geral, surpreendemos um estilo que se contenta na repetição de frases-feitas, lugares-comuns e imagens inexpressivas.
Vixe, a gente só falou da primeira fase até agora. Pois é, isso porque, apresar de tudo, esse cara é o cara. Não ligue, bb. Sou do fã clube desse homem que produziu só obras-primas!
Além disso, é importante salientar que o próprio Machado não gostava dos romances da fase romântica dele. Ele alega que foi uma fase imatura da sua vida. Agora vamos para a fase madura deste homem primoroso, a segunda fase.
Segunda fase
As obras da segunda fase implicam num amadurecimento da linguagem e numa mudança de visão de mundo. Ao Machado conformista da década de 70, contrapõe-se um intelectual irônico, pessimista, crítico. Em resumo, o bicho tirou onda!
Esta frase apresenta cinco romances:
– Memórias Póstuma de Brás Cubas (1881);
– Quincas Borba (1892);
– Dom Casmurro (1900);
– Esaú e Jacó (1904);
– Memorial de Aires (1908).
Os três primeiros são encarados como obras-primas do escritor carioca, os quais, provavelmente, você teve que ler nos tempos de escola. Já Esaú e Jacó e Memorial de Aires complementam a segunda fase.
Principais tema abordados na segunda fase
– O adultério;
– O parasitismo;
– A confusão entre razão e loucura;
– O egoísmo, a vaidade e o interesse;
– A impossibilidade de ação com grandeza;
– A hipocrisia;
– A ambiguidade feminina;
– O instinto e o subconsciente como móveis dos atos humanos;
– O domínio dos corruptos sobre os puros;
– O caráter mistificador das ideologia, etc.
Resumo das obras-primas
Memórias Póstuma de Brás Cubas
Um “defunto autor”, sem as ilusões e as fraudes interiores dos vivos, narra do túmulo a sua vida pregressa. Num tom irônico, ele vai descobrindo a ausência de grandeza de si em todas as pessoas.
A consciência de que as ações humanas são desencadeadas pelo interesse, pela possibilidade de lucro, pelo egoísmo e instinto sexual justificam o fim do romance, onde Brás Cubas mede sua vida e conclui que ganhara: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”.
Curioso é o personagem Quincas Borba, amigo do personagem-narrador, filósofo semilouco, criador da teoria Humanitas, que sendo uma sátira a todas as filosofias é também a imagem cômica da visão de mundo do próprio Machado.
Quincas Borba
O modesto professor Rubião recebe grande herança do falecido filósofo Quincas Borba, com a condição de cuidar do seu cachorro também chamado Quincas Borba.
Rubião abandona a província, mudando-se para o Rio de Janeiro, onde é enganado e explorado por um bando de parasitas, especificamente pelo casal Sofia e Palha. Sofia percebe a paixão do professor por ela e se diverte com sua ingenuidade. Rubião, consciência estreita demais para a complexidade psicológica e social, nada entende. E por nada entender, enlouquece, disparando inteiramente a sua fortuna, e morrendo miserável e solitário em sua cidade natal, Barbacena.
Dom Casmurro
Antes de tudo, você sabe se ela traiu ou não? Você sabe do que estou falando? Não? Menine, pergunto se Capitu traiu ou não Bentinho! Haha Bom, depois você deixa aí nos comentários deste blog se traiu ou não. Quero provas, viu? hehe
Então, Bento Santiago tenta recompor o passado através da memória: o amor adolescente com Capitu (aquela Capitu de “olhos oblíquos e dissimulados”; “olhos de cigana”, “olhos de ressaca”).
Boa parte da memória de Bentinho concentra-se na adolescência dos personagens, na poesia da primeira paixão, no juvenil compromisso de casamento e em seu ingresso forçado no seminário, promessa de sua mãe.
Depois, as ações ocorrem velozes: a amizade de Escobar, o abandono do seminário, o tão desejado casamento com Capitu, o enlace de Escobar com Sancha, a amizade dos casais, o nascimento de Ezequiel, filho do narrador, a felicidade.
Escobar morre no mar e Capitu sofre tanto que Bentinho desconfia. Uma desconfiança que aumentará dia após dia, numa dialética de suspeitas e ciúmes: Bento vê no filho, Ezequiel, os traços fisionômicos de Escobar.
O casamento se corrói pela traição (concreta?, real?) de Capitu, que parte para a Europa com o filho, impelida pelo marido que já não os aceita. Capitu morre, Ezequiel retorna ao Brasil (segundo o narrador, cada vez mais parecido com Escobar) vai para a África e lá morre. O processo de desagregação de Bentinho estava concluído, restava-lhe enfrentar a solidão definitiva.
E isso é tudo, querido. Se gostou desse conteúdo, compartilhe com os migles e cola com a gente que é sucesso! Hehe
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