Vamos evitar derrapadas no Português? Listamos 15 dúvidas gramaticais que mais costumam gerar erros.
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Antes, a dica é: o domínio da língua é diretamente proporcional ao volume de leitura. Você pode ler jornais, livros de bons autores e não ter vergonha de procurar o significado de uma palavra que não conhece, isso já é um ótimo começo.
Por que / Porque
Para começar, uma confusão que acompanha muitas gerações:
Usa-se “por que” para perguntas, mesmo que implícitas. Exemplos: “Por que ela ainda não chegou?” e “Ele não sabe por que está aqui”.
Usa-se “porque” para respostas. Se consegue substituir por “pois”, essa é a forma correta: “Não foi trabalhar porque estava doente”.
Por quê / Porquê
No final de uma frase, seguido de pontuação (exclamação, interrogação, reticências), o correto é “por quê”, como em: “Estou chateado. Sabe por quê?”.
Já o “porquê” tem exatamente o mesmo sentido de motivo ou razão, por exemplo: “Não sabia o porquê de tanta pressa”.
A prazo (certo) / À prazo (errado)
A leitura com “a” duplicado não faz sentido. Além disso, não se aplica a crase antes de substantivos masculinos, como é o caso de “prazo”.
Das 9h às 18h (certo) / Das 9h as 18h (errado)
No caso de horas expressas, há crase quando a preposição “de” aparece combinada com artigo (de + as), mesmo que implícito como em “horário da prova: 8h às 11h”. Sendo assim, o correto é “das 9h às 18h”.
Mal / Mau
“Mal” é substantivo quando precedido de artigo, como em “o mal do mundo”, e advérbio quando acompanha verbo ou adjetivo. Resumidamente, é o contrário de “bem”.
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“Mau” é adjetivo quando vem antes de substantivos, com os quais concorda. É o oposto de “bom”.
Mas / Mais
“Mas” é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de “porém”, “contudo” ou “entretanto”.
“Mais” é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, indicando adição ou acréscimo. É também o oposto de “menos”.
Haver / A ver
“A confusão entre as expressões se dá porque a pronúncia é a mesma”, mas “haver” é verbo e significa “existir”. “Ter a ver” é “ter ligação”.
Traz / Trás / Atrás
É bem comum se deparar com trocas de letra entre as palavras – erroneamente ‘tras’ e ‘atráz’ – por conta da sonoridade semelhante entre elas.
Apesar disso, é fácil diferenciar: “traz” vem do verbo “trazer” (com Z, portanto); “trás” e “atrás” são advérbios e indicam posição (“ficará para trás”, “atrás da porta”).
Haja /Aja
Novamente a semelhança sonora induzindo ao erro. Para esclarecer: “haja” é conjugação do verbo “haver”, de existir. “Aja” vem do verbo “agir”: “Aja com cuidado”.
Demais / De mais
Na maior parte dos casos, emprega-se o advérbio “demais”, que significa excessivamente, muito. Já a locução “de mais” é comparável à expressão “a mais”, como em “nem sal de mais, nem de menos”.
“De mais” também é associada a estranheza: “Não vejo nada de mais naquilo”.
Através de / Por meio de
Expressões com significados distintos. “Através de” expressa a ideia de atravessar, indica um movimento físico. “Por meio de” é semelhante a “por intermédio de” e se relaciona a “instrumento para a realização de algo”. Portanto, ao começar um e-mail, por exemplo, o correto é “Venho por meio deste”, e não “Venho através deste”.
Eu / Mim
O pronome reto “eu” é utilizado apenas na posição de sujeito do verbo. Nas demais situações, usa-se o pronome oblíquo “mim”.
Errado: Não há mais nada entre eu e você.
Certo : Não há mais nada entre mim e você.
Haver / Fazer
Ambos os verbos, quando indicam passagem de tempo, não ganham plural: “Não conversávamos havia três anos” e ” Faz três anos que não nos vemos”.
Haver / Existir
No sentido de “existir”, o verbo “haver” não vai para o plural. O verbo “existir” pluraliza normalmente: “Na reunião, existiam cerca de 60 pessoas”.
Errado: Na reunião, haviam cerca de 60 pessoas.
Certo: Na reunião, havia cerca de 60 pessoas.
Afim /A fim de
“Afim” pode ser adjetivo ou substantivo e, nos dois casos, é associado a “parecido”, “similar” e “semelhante”. “A fim de” é locução prepositiva e está ligada à ideia de intenção ou finalidade, como em “aceitei ir à festa a fim de conhecê-lo melhor”.
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