Olá, vestibulando! No blog de hoje, vamos abordar os principais autores e obras do Pré-Modernismo que foram importantes para que o Modernismo se consolidasse no Brasil. Vamos nessa?
EUCLIDES DA CUNHA – OS SERTÕES
Terra, Homem e Luta, como divisão da narrativa, adotada por Euclides da Cunha, correspondem ao determinismo histórico e geográfico de Taine: meio, raça e momento histórico. Apesar disso, Euclides deve ser considerado pré-modernista pela relevância do assunto tratado.
A descrição minuciosa das condições geográficas e climáticas do sertão, de sua formação social: o sertanejo, o jagunço, o líder espiritual, e do conflito entre essa sociedade e a urbana, mostra-nos um Euclides cientificista, historicista e naturalista que rompe com o imperialismo literário da época e inicia uma análise científica em prol dos aspectos mais importantes da sociedade brasileira.
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Essa ruptura de visão de mundo gera também um rompimento no plano linguístico. Pois é, bb, os pré-modernistas eram escritores que se rebelaram à forma da arte pela arte. Eles eram rebeldes! hehe
A objetividade científica na abordagem de um problema leva o autor a buscar termos precisos e, nesta escolha, sua linguagem torna-se especializada e, por isso, às vezes difícil, mas que se justifica pelo objetivo de tornar exata a comunicação das ideias.
LIMA BARRETO – TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
A pobreza e a situação social suburbana de Lima Barreto aguçaram sua visão e senso crítico. Sua obra é uma crônica autêntica dos subúrbios cariocas e de sua população, retratando, de um lado, a população pobre e oprimida desse subúrbio e, de outro, o mundo vazio de uma burguesia medíocre; de políticos poderosos e incompetentes e de militares opressores. Parece refletir, muitas vezes, a própria experiência do autor, principalmente a dos negros e mestiços, que sofriam na pele o preconceito racial.
Prendendo-se à autenticidade histórica daquele tempo, sua ficção retrata acontecimentos importantes da vida republicana. Consciente dos problemas, critica o nacionalismo exagerado e utópico, oriundo do Romantismo.
No quixotesco Triste Fim de Policarpo Quaresma, tem-se o nacionalismo tomado como bandeira isolada, tornando-se absurdo e patético. Além disso, aponta para o exagerado militarismo em nossa política republicana, que levou o país à ditadura de Floriano, dando origem a um nacionalismo manipulado e perigoso.
O ingênuo e caricato “Dom Quixote” – Policarpo Quaresma – parece nada perceber ou ver, mas é através de sua luta contra moinhos de ventos, que nós, leitores, começamos a enxergar a figura caricata da sociedade.
Percebemos a hipocrisia e as falsas aparências; a ligação do dinheiro com o prestígio social e intelectual; a educação matrimonial dispensada às mulheres; a questão racial; a oposição entre arte popular espontânea e o artificialismo da arte parnasiana, oficial e elitizada.
Esse espírito crítico se revela também no campo linguístico. Sua obra, em déficit com a pureza vernácula dos escritores da época – Rui Barbosa e Olavo Bilac – e juntando linguagem culta e cotidiana, reflete as contradições culturais daquele período.
Em um estilo leve e fluente, o autor utiliza intencionalmente expressões da língua falada da época. Próximo do discurso jornalístico, esse estilo, apesar de muito criticado, acabou sendo usado por muitos autores modernistas, após 1922.
MONTEIRO LOBATO – URUPÊS / CIDADES MORTAS
Dois traços caracterizam Monteiro Lobato como pré-modernista: o regionalismo e a denúncia dos contrastes, mazelas e desigualdades na sociedade oligárquica brasileira da Primeira República. Como regionalista, ele nos mostra o Brasil rural, mais especificamente o do Vale do Paraíba. E no interior do estado de São Paulo, do início do século XX, revela, em tons satíricos, aspectos sentimentais, irônicos e patéticos, seus costumes, sua gente e sua decadência, após o período áureo da economia cafeeira.
No conto Urupês, parte da obra com o mesmo título, Lobato faz a caricatura do caboclo vagabundo e indolente, Jeca Tatu, que representa o homem típico das regiões interioranas brasileiras.
Esse é o caipira que, marginalizado sócio-historicamente, não tem direito à educação; é subnutrido e sujeito a todo tipo de doenças. Denuncia também o infortúnio de outro marginal brasileiro: o negro e a situação que este enfrenta após a abolição.
Na sua prosa, onde já se anuncia o modernismo pelo estilo oral e uso de expressões típicas da fala sertaneja, nota-se a preocupação do autor em incorporar diferentes níveis de linguagem à literatura.
Preocupado com o desenvolvimento social e mental do povo, é um ávido divulgador da ciência e do progresso do mundo moderno. Se, por um lado, seu nacionalismo coloca-o na vanguarda do modernismo, a nota moralista, didática e doutrinária na sua prosa, por outro, afasta-o do modernismo de 22.
Enquanto ideologicamente é extremamente moderno, formalmente, preocupa-se com a objetividade da narração e o “vernaculismo camiliano” – preocupações formais de caráter naturalistas e parnasianas.
Essa ambivalência moderno e anti-moderno divide o pensamento e a arte de Lobato que, no plano puramente estético, assume posições anti-modernistas, reveladas no seu artigo sobre a exposição de Anita Malfatti em 1917.
A inclinação para a militância nacionalista se acentua no decorrer de sua produção literária. Segundo Bosi, após as narrativas iniciais, seguiram-se “livros de ficção científica à Orwel e à Huxley de polêmica econômica e social” que desaguariam na sua literatura infantil, na qual se fundem o fantasioso e o pedagógico.
Em dezenas de livros, Lobato produziu uma vasta e original literatura infantojuvenil, em que estão presentes o caráter moralista, doutrinário e sua luta pelos interesses da nação.
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Num mundo de fantasia cria o sítio do Pica-pau Amarelo, onde a boneca Emília fala, pensa e age como gente grande e um sabugo de milho vira Visconde de Sabugosa. Nesse prolífero universo mágico, uma espécie de metáfora do Brasil, é narrado todo um ciclo de aventuras em que seus personagens representam, de certa forma, as várias facetas e problemas do povo brasileiro. Por exemplo, em O Poço do Visconde, ficção e realidade se misturam em torno do problema do petróleo brasileiro.
AUGUSTO DOS ANJOS – EU
Nasceu no Engenho do Pau d’Arco, Paraíba, no ano de 1884. Viveu com sua família no engenho paterno até completar seus vinte e quatro anos. Ali recebeu do pai as primeiras letras e assistiu de perto o declínio dos negócios familiares em decorrência da crise da cultura açucareira.
Na vasta biblioteca do pai, leu as principais obras de grandes poetas, filósofos e cientistas do século XIX, que influenciaram de forma decisiva sua obra literária. Desde muito jovem, publicava seus poemas em alguns jornais paraibanos.
Foi por eles também que tomou contanto com as obras de grandes poetas brasileiros, sobretudo simbolistas. Formado em Direito em Recife, não exerceu a profissão. Preferiu ser professor na Paraíba e posteriormente no Rio de Janeiro, onde se mudou com a recém-casada mulher, Ester.
Na capital, colaborou no recém-criado jornal “O Estado” e publiquei seu único livro de poesias, intitulado “Eu”, recebendo com certo entusiasmo as críticas e a estranheza que a obra recebeu do público. Em 1914, foi nomeado diretor do Grupo Escolar de Leopoldina (MG), pra onde se mudou com esposa e filhos. Morreu meses mais tarde, vítima de pneumonia.
Mesmo se situando como um poeta do Pré-Modernismo, Augusto dos Anjos difere e muito de outros poetas de seu tempo. Com uma obra cujas características não se situam propriamente em nenhuma escola literária, sua poesia cultiva desde as formas e estruturas ao gosto do Parnasianismo até as imagens e tendências do Simbolismo, além de outras correntes literárias e filosóficas presentes no final do século XIX e início do século XX.
O poeta possui toda uma linguagem e um estilo personalizado, que a princípio choca o leitor. Nele está presente o que há de mais nojento, podre, e pessimista, com poemas que cantam desde a decomposição da matéria até a visão filosófica e, ao mesmo tempo, tragédia da vida.
Esta é vista como se fosse um nada, uma passagem cheia de dor, ressentimento e podridão que conduz a um único destino: a morte e a companhia dos vermes. Sentimentos como o amor, por exemplo, é tratado como um instinto, ou às vezes como uma espécie de veneno que corrompe a alma.
Seus poemas possuem toda uma gama de palavras de cunho científico, refletindo as leituras que Augusto dos Anjos fez das principais obras de Haekel e Darwin. As imagens distorcidas e fortes levam sempre a uma profunda reflexão em torno do encontro entre o poeta e o destino, numa ótica totalmente pessimista.
Afinal, não é à toa que o seu único livro (ampliado posteriormente) recebe o nome de “Eu”: o uso da primeira pessoa reafirma sempre a busca do poeta pelos mistérios que regem o universo, presente em toda as coisas, desde as infinitamente grandes até as infinitamente pequenas.
E qual é a plataforma que mais mima os vestibulandos? Siiimmmm, querido! É a Explicaê! Haha! Veja abaixo o esquema massa que preparamos:
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Então fique por dentro dos conteúdos dos próximos blogs, bb!
Até mais!