Já existiram épocas que a natureza e seus fenômenos orientavam e determinavam a vida humana e o convívio social. Existia uma ponte que nos ligava à natureza através de sentimentos como medo e coragem.
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A SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS DA CORAGEM E DA CURIOSIDADE
O medo aflorava através de um meio natural que se mostrava grandioso e imponente. Montanhas e penhascos que se mostravam intransponíveis, trovões e relâmpagos que traziam do céu poderosas descargas elétricas, o frio que fazia os ossos do corpo trincarem, o calor e a seca que desidratavam o organismo retirando a água que sustenta a vida. A reverência e o respeito harmonizava essa relação.
A coragem humana vem de um instinto de sobrevivência e da curiosidade de ir além. Isso nos levou a uma melhor percepção e entendimento dos elementos e fenômenos naturais. Desenvolvemos e aprimoramos técnicas que nos fez incorporar e transformar o espaço natural. Do Determinismo Geográfico de Friedrich Ratzel, ao Possibilismo de Paul Vidal de La Blache. Desenvolvemos uma postura de domínio, de controle e transformação dos mecanismos e entendimento do mundo natural conforme nossas vontades e necessidades.
O IMPACTO DAS NOSSAS AÇÕES
Os avanços técnicos, tecnológicos e científicos cortaram a ponte que nos fazia venerar, temer e respeitar a natureza, e nos fez ter uma falsa sensação de autonomia, de que tudo podemos. Passamos a explorar e transformar recursos naturais a fim de suprir as necessidades de uma crescente população. Água, solo, madeira, minérios e combustíveis fósseis, são consumidos e explorados de maneira irracional, incompatível com a capacidade de formação e reposição natural.
Chegamos até aqui: um mundo de cerca de 7,6 bilhões de pessoas dos quais quase 56% reside em cidades, dependentes da necessidade de consumir. Dispostos a fazer tudo que for necessário para suportar e vencer as imposições da natureza. As transformações que fizemos quanto sociedade na natureza resultou em profundos impactos que ameaçam nossa sobrevivência. A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o número de pessoas com fome no mundo em 2017 foi de 815 milhões (11% da população mundial). Os sedentos já são um pouco mais de 748 milhões de pessoas. Produzimos cerca de 2 milhões de toneladas de lixo por dia e as mortes por poluição do ar e da água chega a 9 milhões por ano, segundo a revista científica The Lancet.
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Perdemos a compreensão que somos parte da natureza e ainda, portanto, precisamos dela e de tudo que tem para nos oferecer. É preciso repensar e reconstruir a nossa relação com o meio natural. O nosso grande desafio está em equacionar adequadamente as nossas necessidades sem esquecer que é preciso conservar e preservar a natureza de modo que possa garantir a sobrevivência da nossa e das futuras gerações.
Meio Ambiente não é só uma questão do ENEM, é uma questão de sobrevivência.